Caro(a) amigo(a) do MAH
Continuando a apresentação sistemática da coleção de moedas que lhe foi doada, o Museu de Angra do Heroísmo inaugura na próxima sexta-feira, 20 de maio, a terceira exposição da série A doação do professor Luís Filipe Thomaz, cuja inauguração, a decorrer pelas 21h00, será complementada por uma comunicação do colecionador
Depois de Nove séculos de amoedação portuguesa, a que se seguiu Numária da China e das suas dependências culturais, é apresentada uma mostra subordinada ao tema Moedas Bíblicas e do Próximo Oriente que tem origem numa pequena coleção de um médico francês que foi diretor de um hospital em Jerusalém, c. 1950. A mesma compreende moedas cunhadas pelos vários poderes que sucessivamente dominaram a Palestina, a começar no Império Persa, que foi o primeiro grande império da História a cunhar moeda metálica, moedas dos reinos helenísticos dos Lágidas e dos Selêucidas e moedas cunhadas localmente pelas dinastias judaicas dos Hasmoneus (140-37 A. C.), fundada por Simão Macabeu, e dos Herodianos que, sob protetorado romano, reinaram de 47 A. C. até á morte de Herodes Agripa II no ano 100 da nossa era.
Integram o mesmo núcleo cunhagens feitas em nome dos imperadores romanos pelos Procuradores da Judeia, com Pôncio Pilatos, Pórcio Festo, etc., e por diversas municipalidades da zona (que conservaram até ao advento de Diocleciano, em 284, o direito de bater moeda). As moedas mais raras deste núcleo são as cunhagens judaicas, ostensivamente anti-romanas, feitas durante as revoltas de 66-70 (que conduziria à ocupação de Jerusalém e à destruição do Templo) e de 132-135 (revolta de Bar Kokhba).
Um outro núcleo é constituído por cunhagens dos imperadores bizantinos, da divisão do Império Romano em dois, à morte de Teodósio em 395 e à queda de Constantinopla em poder dos turcos em 1453. Há ainda a considerar um terceiro, constituído por numismas do reino arménio da Cilícia (1198-1375) e um quarto por cunhagens do reino etíope de Axum (c. 270-631) — o único território africano a dispor de moeda própria antes dos portugueses começarem, na época da Restauração, a cunhar moedas para Angola.
Completam a mostra uma série de cunhagens muçulmanas da Idade Média, copiadas de numismas bizantinos, e a sua contrapartida cristã: moedas da Península Ibérica, da Sicília, da Península Balcânica e até do grão-ducado de Moscovo, inspiradas em modelos muçulmanos. Estes curiosos tipos híbridos ilustram o que poderia ser o leitmotif da coleção: “a moeda através das culturas, a História através das moedas”
Com os melhores cumprimentos,
Maria de Lurdes de Melo Toste Fagundes
Assistente Técnica - Secretariado
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