Caro(a) Amigo(a) do MAH,
A nova edição da mostra Vitrine de Curiosidades, patente até 2 de outubro na Sala Edifício de São Francisco | Memórias, destaca uma Medalha de Quebranto.
Segundo a crença popular, esta medalha tinha a virtude de, quando colocada ao pescoço das crianças recém-nascidas, impedir que as “feiticeiras” lhe viessem chupar o sangue (sic), transformadas em aranhas que desciam sobre o berço do bebé através de teias, num período de oito dias após o nascimento. Após este prazo, a criança ficaria a salvo. Tratava-se de um objeto raro e de muita procura, que as mães pediam emprestado a quem o possuía. Acreditava-se que, sem esta proteção, os bebés teriam, inevitavelmente, o seu sangue chupado, correndo então grave perigo, inclusivamente, de morte.
Quebranto é um conceito geralmente definido como um estado mórbido atribuído pela crendice popular ao mau-olhado. Envolve abatimento, enfraquecimento, prostração e morbidez e considerava-se que podia chegar a provocar efeitos graves na saúde física e mental da pessoa atingida. Neste sentido, uma medalha de quebranto é, antes de mais, um símbolo de proteção, no âmbito de um sistema mágico-religioso.
Esta peça, integrada na Unidade de Gestão de Memorabilia, Colecionismo e Miniaturas, do Museu de Angra do Heroísmo, é uma medalha em liga metálica, de cor amarela-esverdeada, com diversas gravações e símbolos esotéricos em ambas as faces. Numa das faces, as gravações remetem para símbolos ligados ao antigo Egipto.
Mais informações, sobre esta e outras peças da rubrica de Vitrine de Curiosidades, podem ser encontradas na secção “Coleções” do site do Museu de Angra do Heroísmo, acessível através do link: https://museu-angra.azores.gov.pt/vitrine.html
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A rubrica Vitrine de Curiosidades retoma, assim, as conotações de maravilha, singularidade e diferença inerentes aos Gabinetes de Curiosidades, antecessores dos atuais museus, em que, durante o Renascimento e na sequência dos Descobrimentos, se acumulavam seres, objetos e obras consideradas raras e estranhas. Constituindo-se como uma oportunidade de estudar o notável acervo de que esta instituição é detentora, bem como de o divulgar junto dos seus visitantes e frequentadores, no âmbito desta mostra são exibidas mensalmente peças das coleções do Museu de Angra do Heroísmo que, pela sua origem, natureza, função ou possuidor, se consideram ser capazes de atrair a atenção, despertar a imaginação e estimular a reflexão, dando a conhecer outras realidades espaciais e temporais.
Cumprimentos,
Maria de Lurdes de Melo Toste Fagundes
Assistente Técnica - Secretariado
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